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Memorial da Justiça do Trabalho inaugurado hoje será ponto turístico da Capital

O Memorial da Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul, inaugurado na tarde desta segunda-feira (19), será um dos quatro pontos de parada obrigatórios do City Tour Oficial de Campo Grande. A sala de exposições conta com acervo físico e digital que retrata a história da instalação do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região no Estado e da própria Justiça do Trabalho, além de conteúdos sobre o trabalho e o sindicalismo ao longo da história do Brasil.

Entre as peças que fazem parte do Memorial estão os primeiros modelos de máquinas de escrever, equipamentos de protocolo de petições, bingo utilizado para sorteio dos processos para distribuição de ações trabalhistas e o computador em que foi impressa a primeira folha de pagamento de magistrados e servidores. O resgate histórico faz parte das ações de valorização e preservação da memória do TRT/MS que completou 25 anos de instalação em Mato Grosso do Sul, em janeiro de 2018.

"Contar nossa história é reviver um passado repleto de lutas, glórias, honradez e seriedade, edificado todos os dias por magistrados, servidores, estagiários, advogados, jurisdicionados e demais personagens, os quais realizam a grandeza da Justiça do Trabalho em Mato Grosso do Sul, responsável pela consolidação da paz social entre trabalhadores e empregadores em todos os rincões de nossa terra", afirmou o Presidente do TRT/MS, desembargador João de Deus Gomes de Souza.

O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, destacou a importância da parceria firmada com o TRT/MS. "Colocar este acervo de memória, que não é fruto de vaidade de um Tribunal que comemora seu jubileu de prata, mas trata-se da história daqueles que, muitas vezes, deixaram famílias para dedicar-se a litígios entre seres humanos. Esse é um acervo que deve ser sim ponto de parada obrigatório", defendeu o prefeito que esclareceu que será aberta uma licitação para contratar uma empresa que será responsável pelo serviço de City Tour da Capital.

Memória viva

No ambiente físico a exposição permanente conta com artefatos de pedra polida e fragmentos de peças arqueológicas da região do Pantanal de Mato Grosso do Sul e do Sítio Arqueológico do Córrego Prosa de Campo Grande, cedidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Museu de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MuArq).

Também são expostos processos históricos, documentos textuais, trabalhos científicos, equipamentos, mobiliários, roupas, condecorações, medalhas, fotografias, desenhos e vídeos, distribuídos de acordo com o período histórico, começando no Brasil Colônia e na escravidão até chegar aos dias atuais.

O ambiente virtual tem diversas informações sobre a história do trabalho, o Direito do Trabalho no Brasil, o Poder Judiciário Brasileiro, a Justiça Trabalhista Brasileira, em especial a Justiça do Trabalho em Mato Grosso do Sul, além de conteúdos que retratam o trabalho no campo da Antropologia do Trabalho, o sindicalismo, o período militar e os tempos modernos.

Serviço

A visitação será aberta ao público durante o horário de expediente do Tribunal, das 11h às 17h, de segunda a sexta-feira, na Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, 208, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Para visitas em grupo, o horário deverá ser agendado, com antecedência, pelo e-mail memorial@trt24.jus.br.

A Justiça do Trabalho no Curso da História de MS

Durante a solenidade de inauguração do Memorial, também foi lançado o 2º volume do Livro JT24 no Curso da História de MS, que traz relatos sobre processos trabalhistas que marcaram a história do Estado.

São oito artigos que abordam assuntos como as relações de gênero e a maternidade no trabalho, o trabalho escravo, a situação dos trabalhadores em Campo Grande na época da divisão do Estado e o trabalho infantil em Mato Grosso do Sul na década de 80. Os textos foram produzidos por acadêmicos dos cursos de História e Direito da Universidade Católica Dom Bosco, que recebeu a guarda de cerca de 17 mil processos trabalhistas arquivados, que tramitaram entre os anos de 1962 e 1984, para análise e estudo da história social do trabalho.

"Naquela época ainda não existia o Tribunal em Mato Grosso do Sul, eram apenas as Juntas de Conciliação e Julgamento, então eram chamados o trabalhador e o empregador e eles faziam acordos, normalmente, em detrimento ao trabalhador, porque como demoravam anos e anos, o trabalhador preferia fazer acordo a esperar o processo ser julgado. Então, o aluno escolhe a temática que vai ser abordada e tem que contextualizar o momento histórico e a política que era desenvolvida para depois fazer o artigo", explicou a coordenadora do Projeto Análise Histórica dos Processos Trabalhistas do TRT da 24ª Região, Maria Augusta de Castilho.

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