Na última quinta-feira, 19 de setembro, equipes de futebol feminino das comunidades indígenas de Dourados e Caarapó receberam materiais esportivos para o “1º Torneio de Futebol Feminino Indígena: Promovendo Inclusão, Empoderamento e Conscientização nas Comunidades”. O torneio, que será realizado de 18 a 20 de outubro, no estádio Elias Gadia, em Campo Grande, tem como objetivo promover a inclusão social, o empoderamento feminino e conscientizar as comunidades indígenas sobre direitos das mulheres, violência de gênero e trabalho infantil.
A atleta Endelly Ramires Lemes, de 16 anos, da comunidade indígena Te'Yijue de Caarapó, destacou a relevância da entrega dos materiais para a preparação das jovens. "Como aqui temos poucos recursos, esses materiais são de grande ajuda para que possamos nos preparar melhor", afirmou Endelly, ressaltando a importância de mostrar os talentos indígenas através do esporte. Ela também mencionou o impacto positivo para as crianças que sonham em seguir no futebol, mas enfrentam a falta de oportunidades.
O evento conta com o do Subcomitê Regional de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul, o Conselho do Trabalho Decente e o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul. Além dos jogos, haverá palestras e atividades educativas para conscientizar sobre questões sociais importantes, como a violência de gênero e o trabalho infantil.
O gestor do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, desembargador João de Deus, destacou a importância de iniciativas como essa para promover a integração social e a educação dos jovens indígenas. Segundo ele, o projeto visa não apenas fornecer materiais esportivos, mas também incentivar o desempenho escolar, uma vez que a participação no torneio exige que as atletas estejam matriculadas e frequentando as aulas.
O diretor da Escola Municipal Francisco Meireles, Rubens Rosario Pinheiro, expressou sua gratidão pela entrega dos materiais, mencionando que esses itens são essenciais para que as jovens possam treinar adequadamente e representar suas comunidades. "O esporte é uma forma de tirar nossos jovens de situações inadequadas e trazê-los para um caminho positivo", afirmou.
A gestora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, juíza Déa Yule também destacou os benefícios das edições anteriores do projeto, mencionando que houve um aumento no engajamento escolar dos participantes, que precisam manter boas notas para integrar o torneio. Ela frisou que o primeiro torneio de futebol feminino indígena atende a um pedido das próprias atletas, que sonhavam com essa oportunidade.
Tainara Ricardo, que participa pela primeira vez como jogadora, também comentou a importância do evento. A atleta da comunidade indígena Caarapó celebrou o foco no futebol feminino: "O futebol feminino tem sua importância e estamos gratas pelo material, que vai ajudar muito no nosso treinamento".