Com 126 anos de criação, Campo Grande é mais do que a capital de Mato Grosso do Sul - é um município onde vidas e histórias se entrelaçam. A “cidade morena” é a quarta capital do país com melhor qualidade de vida, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). A pesquisa, divulgada em maio de 2025, revela que Campo Grande recebeu nota alta (0,8101), fruto dos avanços em emprego, saúde, educação e desenvolvimento econômico.
Características que refletem na atuação da Justiça do Trabalho. No ano passado, foram registrados 10.352 processos trabalhistas, em Campo Grande. Os principais pedidos das ações foram horas extras, adicional de insalubridade, verbas rescisórias e indenizações por dano moral. Em 2023, o cenário incluía também multas do FGTS e do artigo 477 da CLT.
Para o diretor do Fórum Trabalhista de Campo Grande, juiz do trabalho Renato Luiz Miyasato de Faria, o crescimento da cidade vem transformando as relações de trabalho. “Quando comecei na magistratura, era comum julgar ações sobre falta de registro em carteira. Hoje, as pessoas têm mais consciência de seus direitos e vemos crescer as ações relacionadas a assédio e horas extras”, explica o juiz que atua na cidade desde 2012.
De Manaus para o coração do Centro-Oeste
O servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região Luiz Felipe Braga Marques conheceu Campo Grande pela primeira vez em 2003, quando foi visitar uma tia. Anos depois, retornou para prestar concurso e, em novembro de 2022, foi nomeado no TRT/MS. Desde então, construiu laços com a cidade. “Aqui, o dia parece mais longo. O trânsito é leve, a sensação de segurança é maior, e há uma tranquilidade que me faz querer ficar. Influencio amigos e familiares a conhecerem Campo Grande.” Ele também incorporou hábitos locais, como tomar tereré, incluir mandioca no churrasco e passear nos parques aos finais de semana.
“Campo Grande é a cidade ideal para quem quer viver bem com a família. Só falta a praia”, brinca Luiz Felipe.
Um juiz e sua cidade natal
Nascido e criado em Campo Grande, o juiz Renato Miyasato guarda memórias de infância em uma chácara, de ruas ainda sem asfalto e de uma cidade que cresceu de forma planejada. Para ele, a capital mantém características que a tornam única. “Temos ruas largas, parques bonitos e um senso de comunidade. Desejo que Campo Grande cresça de forma ordenada, mantendo sua harmonia entre homem e natureza.”
Entre as mudanças que observa, destaca o avanço da pavimentação, o aumento da arborização e a diversificação da economia. Mas também alerta para desafios como a mobilidade urbana e a segurança pública.
Campo Grande, cidade para viver
Para quem vive aqui, qualidade de vida é a palavra que define a capital. Seja para quem nasceu e cresceu nas ruas largas ou para quem chegou de longe e adotou o tereré, Campo Grande segue acolhendo histórias.
No aniversário de 126 anos, os votos se repetem: progresso com planejamento, segurança, preservação ambiental e manutenção de um estilo de vida que equilibra o urbano e o interiorano.