"Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” - Angela Davis
Com essa frase, Angela Davis provoca uma necessária reflexão. Não obstante as mulheres negras ocupem parte expressiva da população latino-americana e caribenha, elas estão na base da sociedade. Essa parcela é a que mais sofre com a pobreza, sendo também a maior vítima de violências relacionadas ao gênero e de violência sexual.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, as mulheres negras são as principais vítimas de estupro, violência doméstica e feminicídio. Em 2022, as mulheres negras representaram 61,1% das vítimas de feminicídio, 45% das vítimas de violência doméstica, 56,8% das vítimas de estupro (incluindo estupro de vulneráveis), sendo que 49,1% das mulheres negras foram vítimas de assédio sexual.
A desigualdade de renda também afeta mais fortemente as mulheres negras. Conforme dados da Pnad Contínua do IBGE,no segundo trimestre de 2023, 11,7% das mulheres negras estavam desempregadas e 46,5% das mulheres negras ocupadas trabalhavam informalmente, percentuais mais elevados se comparados a homens negros e homens e mulheres não negros. No tocante ao rendimento médio, no segundo trimestre de 2023, as mulheres negras ganhavam R$1.908,o que corresponde a 38,4% menos que mulheres não negras (R$ 3.096), 52,5% menos que homens não negros (R$ 4.013) e 20,4% menos que homens negros (R$ 2.390).
O dia 25 de julho é uma data para refletirmos sobre a importância e a urgência de promover na nossa sociedade brasileira a equidade racial de gênero. Retomando a frase de Angela Davis, que possamos possibilitar a ascensão das mulheres negras para que toda a estrutura da sociedade brasileira se movimente com ela.
Fonte: Núcleo de Desenvolvimento Humano e Subcomitê de Equidade de Gênero Raça e Diversidade.